domingo

Livros de Sangue 6

Difícil deixar de reconhecer, impossível negar: Clive Barker é o mais importante novelista do gênero “horror” desta década — seguindo, aliás, uma espécie de tradição que irradia da “velha Albion”, uma rara, inquestionável capacidade de gerar, com qualidade ímpar, histórias e estórias “eivadas da força malsã de um terrível pesadelo”.
Pois tal expressão aplica-se com notável exatidão e à perfeição aos textos de Barker, que além de preservar essa “instituição” britânica, por assim dizer, vai muito além, mercê de sua extraordinária criatividade. Poucos escritores, na verdade, entregam-se com tanto afinco, tanto denodo — e com tanto virtuosismo, vale frisar — à empresa de explorar o sonho e o delírio, o confronto entre o real e o imaginário, a simbiose do intangível com o inexplicável, os desafios do desconhecido e do misterioso.
Livros de Sangue 6 abriga narrativas a um só tempo horroríficas e resplandecentes, espantosas e emocionantes, geradoras de imagens tão vívidas e fantásticas que, entre outras sensações, deixam o leitor (como já assinalado por um crítico norte-americano) trêmulo — não de medo, mas de encantamento e, por que não dizer, êxtase.
São cinco contos fantásticos que vão deixar os leitores arrepiados tanto com as sangrentas cenas quanto com a capacidade de Barker de imaginar situações sobrenaturais.

LEIA UM TRECHO:

"...No interior de seu quarto, um casulo esterilizado, Stumpf sen­tiu a primeira rajada de ar poluído vindo do lado de fora. Não era mais que uma brisa suave que invadia o seu santuário temporário, mas trazia consigo o lixo do mundo. Fuligem e sementes, pele co­çada, descascada e esfarelada em milhares de lascas, penugens e areia, e cabelos embaraçados; a poeira brilhante da asa da mariposa. Partículas tão pequenas que o olho humano só conseguia vê-las contra os raios de sol; cada uma delas, um corpo pequeno e rodo­piante, inofensiva para a maioria dos organismos vivos. Mas essa nuvem era fatal para Stumpf; em questão de segundos seu corpo tornou-se um campo repleto de pequenas feridas. Ele gritou es­tridentemente, e correu em direção à porta para fechá-la de novo, indo de encontro a uma saraivada de pequenas navalhas, que o dilaceravam..."

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